Brazil and Peru trade expertise on cocoa agroforestry in first-ever exchange

December 12, 2018

by Miguel Calmon, Senior Consultant and Alan Batista, Investment Analyst | WRI Brasil

Brazil and Peru trade expertise on cocoa agroforestry in first-ever exchange

Por favor, role para baixo para ver a tradução portuguesa deste artigo. / Por favor, desplácese hacia abajo para ver la traducción al español de este artículo.

Brazil is currently the seventh-largest producer of cocoa in the world, harvesting approximately 200,000 tons per year. But in the 1980s, before witch’s broom disease eradicated 75% of cocoa plants in Bahia State and the global market price declined, Brazil produced more than 430,000 tons of cocoa.

Today, Brazil has approximately 70,000 producers who grow cocoa on almost 700,000 hectares. At least 80% of those farmers are small or medium-sized, holding less than 10 hectares on average. Most of those farmers don’t have the financial resources and technical support to increase their productivity, especially those that produce shade-grown cocoa in natural forests. Cocoa plantations that use agroforestry techniques have been proven to result in improved productivity, canopy cover, and soil health. Therefore, one of Brazil’s challenges is to engage and help thousands of small farmers access technology and private and public finance to accrue these benefits, and improve their livelihoods.

Farmers and the cocoa industry want to increase cocoa production and productivity and help Brazil become a world leader in sustainable cocoa. The country’s national Association of the Cocoa Processing Industry (AIPC), which purchases more than 95% of cocoa in Brazil, has made a commitment to double cocoa production in the next 10 years. At the same time, the World Cocoa Foundation (WCF) has founded CocoaAction, which hopes to create a voluntary industry-wide strategy in strong partnership with the public sector for the future of Brazilian cocoa with sustainability at its core.

After the Initiative 20x20 investor roundtable held in Sao Paulo in 2018, WRI Brasil heard loud and clear that Brazilian cocoa farmers needed more information and better examples if they wanted to ramp up production. The team identified two projects in Peru that could inspire and help Brazil develop and implement small and medium cocoa agroforestry outfits, both featured on initiative20x20.org, the Tambopata-Bahuaja REDD+ and Agroforestry project in Madre de Dios and the Peru Cocoa Alliance.

In collaboration with AIPC and WCF and financial partner Althelia funds, a Brazilian delegation visited these two model sites during the week of November 25-30. During the first part of the trip the delegation visited several cocoa agroforestry systems and silviculture projects that used native species in the regions of Pucallpa and Aguaytia. Those projects are just a sample of an ambitious program led by the Peru Cocoa Alliance, a public-private alliance of the main actors in Peru's cocoa industry that includes farmers, industry representatives, exporters, service providers, and finance institutions. The Alliance supports 20,000 farmers that produce organic and/or high-quality cocoa in agroforestry systems on 58,000 hectares, with support from USAID and Palladium Group. One of the goals of the program is to double cocoa productivity from 600 kg/hectare to 1,200 kg/hectare. The quality of the technical assistance provided by the Alliance’s more than 70 advisors is key to its success and sustainability.

The second part of the exchange was hosted by AIDER, a local NGO and Initiative 20x20 partner, in the National Reserve of Tambopata and the National Park of Bahuaja-Sonene in Madre de Dios, which covers 570,000 hectares of natural forests. The main goal of the project is to provide economic alternatives for the communities that live in the buffer zone surrounding the Reserve and to reduce deforestation in the protected areas. The first phase of the project provided support to 343 families and 1,258 hectares of cocoa agroforestry production on degraded lands in the buffer zone. The goal of the project is to expand to 4,000 hectares of cocoa agroforestry and engage 400 farming families by 2021.

The Brazilian delegation was very impressed with the design of the cocoa agroforestry production systems and the quality of their management in Peru. WRI Brasil is confident that this REDD+ project experience and investment model can be replicated in Brazil. The exchange was not only successful because of what WRI Brasil and its partners had learned and what the delegation can take back home. It also inspired the Brazilian delegation to think about how it could advise Peruvian farmers. Initiative 20x20 and its partners look forward to encouraging similar knowledge exchanges in the future.

***

Em intercâmbio inédito Brasil e Peru compartilham conhecimento e experiências sobre Cacau-SAF
Por Alan Batista, Analista de Investimentos e Miguel Calmon, Consultor Sênior | WRI Brasil, Eduardo Bastos | AIPC, Grazielle Cardoso | Instituto Arapyaú e Pedro Ronca | Cocoa Action-WCF 

Brasil é atualmente o sétimo maior produtor de cacau no mundo, com uma produção aproximada de 200.000 toneladas por ano. Hoje o país importa cacau, principalmente de países africanos para suprir a demanda de sua indústria interna. No entanto, essa situação nem sempre foi assim, na década de 80 o país chegou a ser o segundo maior produtor mundial, produzindo mais de 430.000 toneladas de amêndoa seca de cacau. O cenário mudou em 1989, com a chegada da doença conhecida como Vassoura de Bruxa, comprometeu mais de 75% dos pés de cacau no Estado da Bahia, no mesmo período o mercado mundial contou com uma drástica queda no preço do cacau, estes dois fatores culminaram na maior crise da região do Sul da Bahia, refletida até os dias atuais. l

Hoje, o Brasil tem aproximadamente 70.000 produtores que cultivam o cacau em quase 700.000 hectares. Pelo menos 80% desses produtores são classificados como pequenos e médios produtores com menos de 10 hectares em média de cacau. A maioria desses produtores não têm recursos financeiros e apoio técnico para aumentar sua produtividade, especialmente aqueles que produzem cacau cultivado na sombra em florestas naturais (cacau-cabruca). As plantações de cacau que usam técnicas agroflorestais testadas e comprovadas resultam em boa produtividade, cobertura do dossel e saúde do solo. Portanto, um dos desafios do Brasil é envolver e ajudar milhares de pequenos produtores a acessar tecnologia e finanças públicas e privadas para obter esses benefícios e melhorar seus meios de subsistência.


Os produtores e a indústria do cacau querem aumentar a produção e a produtividade do cacau e ajudar o Brasil a se tornar um líder mundial em cacau sustentável. A Associação Nacional da Indústria de Processamento de Cacau (AIPC), que controla mais de 95% do cacau no Brasil, assumiu o compromisso de dobrar a produção de cacau nos próximos 10 anos. Ao mesmo tempo, a Fundação Mundial do Cacau (WCF) lançou a Iniciativa CocoaAction, que criar uma estratégia voluntária da indústria em parceria com o setor público para o futuro do cacau brasileiro com a sustentabilidade no centro das suas ações e estratégia.

Após a mesa de investidores da Iniciativa 20x20 realizada em São Paulo em 2018, o WRI Brasil ouviu alto e claro que os produtores de cacau brasileiros precisavam de mais informações e melhores exemplos se quiserem aumentar a produção e produtividade. A equipe identificou dois projetos no Peru que poderiam inspirar e ajudar o Brasil a desenvolver e implementar modelos agroflorestais de cacau para pequenos e médios produtores, ambos da initiative20x20.org, o projeto Tambopata-Bahuaja REDD + e o Projeto Agroflorestal em Madre de Dios e o Aliança do Cacau do Peru.

Em colaboração com a AIPC e a WCF e com apoio do parceiro financeiro Althelia, uma delegação brasileira visitou esses dois modelos durante a semana de 25 a 30 de novembro. Durante a primeira parte da viagem, a delegação visitou vários sistemas agroflorestais com cacau e projetos de silvicultura com espécies nativas nas regiões de Pucallpa e Aguaytia. Esses projetos são apenas uma pequena amostra de um programa ambicioso liderado pela Aliança do Cacau do Peru, uma aliança público-privada dos principais atores da indústria do cacau no Peru, que inclui produtores, representantes da indústria, exportadores, prestadores de serviços e instituições financeiras. A Aliança apoia 20.000 produtores que produzem cacau orgânico e / ou de alta qualidade em sistemas agroflorestais em 58.000 hectares, com o apoio da USAID e do Palladium Group. Um dos objetivos do programa é dobrar a produtividade do cacau de 600 kg / ha para 1.200 kg / ha. A qualidade da assistência técnica fornecida pelos mais de 70 técnicos da Aliança é fundamental para seu sucesso e sustentabilidade.

A segunda parte do intercâmbio foi organizada pela AIDER, uma ONG local e parceira da Iniciativa 20x20, na Reserva Nacional de Tambopata e no Parque Nacional de Bahuaja-Sonene em Madre de Dios, que abrange 570.000 hectares de florestas naturais. O principal objetivo do projeto é fornecer alternativas econômicas para as comunidades que vivem na zona de amortecimento ao redor da Reserva e para reduzir o desmatamento e degradação nas áreas protegidas. A primeira fase do projeto apoiou 343 famílias numa área de 1.258 hectares de produção agroflorestal com cacau em terras degradadas na zona de amortecimento. O objetivo do projeto é expandir para 4.000 hectares de agroflorestas com cacau e envolver 400 famílias de produtores até 2021.

A delegação brasileira ficou muito impressionada com a concepção dos sistemas de produção agroflorestal com cacau e a qualidade de sua gestão. O WRI Brasil está confiante de que esse modelo de investimento e experiência em projetos de REDD + pode ser replicado no Brasil. A troca não foi apenas bem-sucedida por causa do que o WRI Brasil e seus parceiros haviam aprendido, mas pelo que a delegação pode replicar em casa. Também inspirou a delegação brasileira a pensar em como poderia aconselhar os produtores peruanos. A Iniciativa 20x20 e seus parceiros estão ansiosos para incentivar intercâmbios similares de conhecimento no futuro.

***

La experiencia de Brasil y Perú en el primer intercambio de experiencias en agroforestería de cacao
Por Miguel Calmon, Consultor Senior y Alan Batista, Analista de Inversión | WRI Brasil

Brasil es actualmente el séptimo productor mundial de cacao, con una cosecha aproximada de 200,000 toneladas por año, pero en la década de 1980, antes de que la enfermedad de la escoba de bruja erradicara el 75% de las plantas de cacao en el estado de Bahía y el precio del mercado global disminuyera, Brasil produjo más de 430,000 toneladas de cacao.

Hoy en día, Brasil tiene aproximadamente 70,000 productores que cultivan cacao en casi 700,000 hectáreas. Al menos el 80% de esos agricultores son pequeños o medianos, con un promedio de menos de 10 hectáreas de tierra. La mayoría de esos agricultores no tienen los recursos financieros ni el apoyo técnico para aumentar su productividad, especialmente aquellos que producen cacao bajo sombra en los bosques naturales Se ha demostrado que las plantaciones de cacao que utilizan técnicas agroforestales resultan en una mayor productividad, cobertura del dosel y salud del suelo. 

Debido a esto, uno de los desafíos de Brasil es involucrar y ayudar a miles de pequeños agricultores a acceder a la tecnología y a financiamiento público y privado para obtener estos beneficios y mejorar sus medios de vida.

Los agricultores y la industria del cacao quieren aumentar la producción y la productividad del cacao, y así ayudar a Brasil a convertirse en un líder mundial en cacao sostenible. La Asociación Nacional de la Industria de Procesamiento de Cacao (AIPC), que compra más del 95% del cacao en Brasil se ha comprometido a duplicar la producción de cacao en los próximos 10 años. Al mismo tiempo, la Fundación Mundial del Cacao (WCF, por sus siglas en inglés) ha fundado CocoaAction con el objetivo de crear una estrategia voluntaria en toda la industria, en una sólida asociación con el sector público y con la sostenibilidad como núcleo para el futuro del cacao brasileño.

Después de la mesa redonda para inversionistas de la Iniciativa 20x20 realizada en Sao Paulo en 2018, WRI Brasil escuchó fuerte y claro que los productores de cacao brasileños necesitaban más información y mejores ejemplos si querían aumentar la producción. El equipo identificó dos proyectos en Perú que podrían inspirar a Brasil promoviendo así el desarrollo e implementación de pequeños y medianos arreglos agroforestales de cacao, ambos presentados en initiative20x20.org, el proyecto REDD+ Tambopata-Bahuaja en Madre de Dios y la Alianza Cacao Perú desarrollado en las regiones de San Martin, Huanuco y Ucayali, las cuales son las principales regiones productoras de cacao en el Perú.

Una delegación brasileña, en colaboración con AIPC y WCF y los fondos del socio financiero Althelia, visitó estos dos programas modelo durante la semana del 25 al 30 de noviembre. Durante la primera parte del viaje, la delegación visitó varios sistemas agroforestales de cacao y proyectos de silvicultura que utilizan especies nativas en las provincias de Coronel Portillo (Pucallpa) y Padre Abad y (Aguaytia) en la región de Ucayali. Esos proyectos son una muestra de un programa ambicioso liderado por la Alianza del Cacao Perú, una alianza público-privada de los principales actores de la industria del cacao del Perú que incluye agricultores, representantes de la industria, exportadores, proveedores de servicios e instituciones financieras. La Alianza, es apoyada por USAID y liderada por Palladium Group, apoya a 20,000 agricultores que producen cacao orgánico y/o de alta calidad en sistemas agroforestales en 58,000 hectáreas. Uno de los objetivos del programa es duplicar la productividad del cacao de 600 kg/hectárea a 1.200 kg/hectárea. Cabe resaltar que la calidad de la asistencia técnica proporcionada por los más de 70 asesores de la Alianza es clave para su éxito y sostenibilidad.

La segunda parte del intercambio fue organizada por AIDER, una ONG local y socio de la Iniciativa 20x20, quien cuentan con un Contrato de Administración Parcial en los componentes de Investigación, Monitoreo Biológico y Servicios Ambientales de la Reserva Nacional de Tambopata y en el Parque Nacional de Bahuaja-Sonene en Madre de Dios, que cubre un poco más de 570,000 hectáreas de bosques naturales. Y, como parte de la estrategia del mencionado proyecto promueven alternativas económicas amigables para las comunidades que viven a lo largo de la zona de amortiguamiento que rodea la Reserva, con el objetivo de reducir la presión de deforestación en las áreas protegidas, recuperar áreas degradadas, fortalecer capacidades del productor del campo y regenerar espacios de ecosistemas perturbados. La primera fase del proyecto consistió en apoyar a 343 familias a través de las instalaciones conjuntas de 1.258 hectáreas de producción agroforestal de cacao fino de aroma en tierras degradadas por efectos de la agricultura y/o ganadería en la zona de amortiguamiento de la Reserva Nacional Tambopata. La meta del proyecto es ampliar a 4.000 hectáreas de agroforestería de cacao e involucrar a más de 400 familias de agricultores para el 2021.

La delegación brasileña quedó muy impresionada con el diseño de los sistemas de producción agroforestal de cacao y la calidad de su gestión en Perú. WRI Brasil confía en que la experiencia y el modelo de inversión de este proyecto REDD+ puedan replicarse en Brasil. El intercambio no solo fue exitoso debido a lo que WRI Brasil y sus socios aprendieron y lo que la delegación puede llevar a casa, también inspiró a la delegación brasileña a pensar cómo podría asesorar a los agricultores peruanos. Iniciativa 20x20 y sus socios esperan fomentar intercambios de conocimientos similares en el futuro.